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Bia Kicis

Quando a lei é IGNORADA, instaura-se a BARBÁRIE

Não pregamos a violência e eu tenho sido uma voz recorrente na defesa das leis, dos direitos humanos e das garantias fundamentais.

Por Redação Verbo News 10/01/2023 às 00:32:35
(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)

Como fiel defensora da democracia e da liberdade nas minhas dezenas de anos de vida pública, começo repudiando os atos de vandalismo e depredação do patrimônio público e os ataques a policiais ocorridos nesse último, domingo dia 08/01/23. Não pregamos a violência e eu tenho sido uma voz recorrente na defesa das leis, dos direitos humanos e das garantias fundamentais.

Ocorre que há anos estamos vivendo sob os desmandos de inquéritos ilegais e inconstitucionais, sob o arbítrio de autoridades que não respeitam as leis e a Constituição Federal e, recentemente, o povo brasileiro foi submetido à soltura de um ex-presidente condenado, agora "descondenado", e a uma série de manobras para que ele pudesse concorrer ao cargo de Presidente da República até que, finalmente, subisse a rampa.

A falta de autoridade moral do referido mandatário gerou um sentimento de inconformismo em pelo menos metade da população, o que foi agravado pelo discurso revanchista que leva a crer que o atual governo não deseja a pacificação, ao contrário, prefere governar apenas para a parcela alinhada da população e utilizar a máquina para perseguir adversários políticos, tudo sob os aplausos da mídia conivente.

Ao mesmo tempo, a escalada de violência contra críticos da volta de Lula ao cenário político e dos inquéritos ilegais do STF e a censura a jornalistas, políticos, pessoas do povo em geral, pelo simples fato de apoiarem o ex-presidente Bolsonaro, aumentaram a sensação de revolta em boa parte da sociedade.

Os atos de vandalismo devem ser rechaçados, investigados e punidos, nas pessoas de seus autores, na forma da lei.
A narrativa dominante, contudo, tem sido a de se responsabilizar e punir não só o ex-presidente Bolsonaro, seus apoiadores, bem como todas as pessoas que estavam se manifestando na tarde de domingo 08/01, ainda que pacificamente, ao arrepio das regras e garantias de direito penal.

Até mesmo o Governador do DF, recém reeleito em primeiro turno, foi afastado por despacho do ministro que conduz os inquéritos ilegais, em desconformidade às regras de competência previstas na CF. O Governador do DF só pode ser julgado nos crimes comuns pelo STJ (art. 105, CF) e nos crimes de responsabilidade pela Câmara Legislativa do Distrito Federal.

Ainda segundo a narrativa criada, os atos desastrosos e criminosos legitimariam os abusos e perseguições impostas aos adversários políticos do atual governo, como os inquéritos das Fake News, dos atos antidemocráticos, das milícias digitais, os atos de censura, bloqueio de redes e de contas bancárias, quebras de sigilo bancário e telemático, cancelamento de passaportes, prisões sem prazo, dentre outros. Discordo com a mesma veemência com que repudio os atos de vandalismo.

Registro, ainda, que os mesmos que clamam pela punição exemplar dos criminosos antidemocráticos defenderam atos semelhantes em 2013 e 2017, quando a violência partiu da esquerda. O atual ministro da Justiça, Flavio Dino, festejou tais atos dizendo que "hoje a voz do povo se fará ouvir" e não deu "um pio" quanto aos atos de vandalismo então ocorridos.

Como bem lembrou o jornalista Claudio Humberto em sua coluna, filas de deputados do PSOL e do PT se formaram para soltar vândalos presos ao argumento de que as manifestações eram atos democráticos.

Hora de buscarmos urgentemente reverter tal quadro de descrença, o que só poderá ser feito pelo resgate das instituições hoje tão desacreditadas pelo povo brasileiro. O Congresso Nacional deve assumir a sua responsabilidade. Já passou da hora.

Diante de tudo isso, ressalto a importância de uma direita unida e coesa, que faça uma oposição inteligente e estratégica nos próximos anos, seguindo vigilante para garantir a implementação de políticas econômicas responsáveis, para fiscalizar a utilização dos recursos públicos e para assegurar o respeito ao equilíbrio entre os Três Poderes e aos princípios da República.

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